terça-feira, 5 de fevereiro de 2013

Ler

Enquanto preparo a resposta ao desafio da Sara (estou a tratar disso, prometo :)), tropecei nisto: Ler é o melhor remédio, da Pipoca Mais Doce. Confesso que não costumo seguir o blog dela mas a saltitar de blog em blog dei com este post.
E fui atingida como por um raio, porque pensei como é possível haver alguém que não conheço a escrever exactamente o que eu escreveria.
Concordo, Pipoca, ler é mesmo o melhor remédio. Já não leio o que lia, porque com uma criança pequena em casa não dá para fazer noitadas até às 3 ou 4 da manhã só a ler, mas leio imenso. No Natal recebi o Cloud Atlas, que já terminei, e estou a ler a Anna Karénina. Livro que se preze para mim tem de ter 300 páginas ou mais senão não rende. Um dos meus preferidos é o Inês de Castro, de Faustino da  Fonseca, que tem umas meras 1080 páginas em letra pequenina.Juro que não entendo como há quem não goste de ler.
Entendo que não se leia à mesma velocidade que eu leio (Anna Karénina deve ser coisa para um mês nas calmas, li os 3 volumes da triologia Millenium numa semana). Não entendo que não se leia. Acho que muita da culpa é da educação que se recebe. É fundamental os pais passarem o gosto pela leitura. Conheço pais cujos filhos dizem que livros não são prendas (!!!). São o quê? Castigo??? Felizmente a minha filha conhece livros desde os 4 meses e adora-os desde essa altura. Há dias deixou-me babada. Eu sentei-me a ler no sofá e ela foi buscar um livro também e sentou-se ao meu lado :)
Lembro-me no secundário de ter lido todos os livros obrigatórios para o 11º ano nas férias de Verão anteriores (vá, todos não, Eurico o Presbítero não é livro para mim). Os meus colegas achavam-me doida porque eu li Os Maias por gosto, vejam bem. Até hoje já os li umas 5 vezes.
Leiam, por favor. Se não querem enfrentar um livro de 300 páginas, pois não enfrentem mas leiam. Há livros maravilhosos e para todos os gostos. Devemos ler porque faz bem à cabeça (estimula o cérebro e relaxa-nos), porque nos ajuda a escrever sem erros, porque aprendemos imensa coisa. Se temos filhos, devemos ler para eles aprenderem que ler é bom. E devemos ler só porque sim. Não há nada melhor do que entrar de cabeça num livro. Adoro estar a ler e de repente sentir o clique da realidade e dar conta que afinal não estou no salão de baile na Rússia do século XIX mas à mesa do shopping depois do almoço.

3 comentários:

  1. Conheci o seu blog pelo blog da Sara, e adorei ler esse texto! Também não consigo entender pessoas que não gostam de ler, provavelmente foram obrigadas em algum momento do colégio a ler livros considerados chatos ou algo do tipo. Acho uma sensação incrível quando estou submersa em um livro e me esqueço completamente que estou lendo - e não *vivendo* - uma história completamente diferente da minha!

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  2. Eu também não entendo quem não gosta de ler. Pior, não entendo mesmo quem não entende como se possa ler por gosto.

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  3. O livro de Inês de Castro de Faustino da Fonseca, assim que o desfolhe-ei, deu-me uma volta no estômago por ver tanta letra miúda e páginas carregadas dela, fora o numero de páginas para ler. Fiquei desanimado e com pouca falta de vontade para o ler. Mas assim que ganhei coragem, foi até hoje uma leitura de saciar os olhos e a mente.

    Costumo ler no comboio e devo confessar que se não levanto a cabeça do livro por alguns momentos ou saio na estação errada ou nem do comboio chego a sair.

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